O conceito de transporte colectivo urbano foi introduzido nos Estados Unidos em meados do século XIX e daí se expandiu para a Europa, razão por que os primeiros veículos que operaram em Portugal serem conhecidos por "americanos".
Inicialmente puxados por mulas, viriam a sofrer uma verdadeira revolução quando se introduziu a sua tracção por electricidade.
Obtida do governo português por Francisco Maria Cordeiro de Sousa e por seu irmão Luciano Cordeiro em 28 de Março de 1870 a concessão para a exploração de um sistema de locomação por tracção animal sobre carris, a empresa acabou por ser criada no Rio de Janeiro em 31 de Março de 1872, onde mantinha a sua sede, assegurando os estatutos da sua constituição uma delegação permanente em Lisboa.
A sua primeira linha - paralela ao rio - ligava a estação de Santa Apolónia ao aterro da Boavista, em Santos-o-Velho. O primeiro eléctrico circulou em 1901 e os primeiros autocarros em 1912. Mas, pela pouca adesão do público, foram abandonados e só em 1944 a Companhia reiniciou este serviço público de transporte.
Além do serviço de eléctricos e autocarros, a "Carris" era também responsável por três funiculares e um elevador, todos de autoria do arquitecto Raul Mesnier du Ponsard de que se mantêm ainda em funcionamento : os funiculares da Glória (inaugurado em 24 de Outubro de 1885), Bica (28 de Junho de 1892) e Lavra (19 de Abril de 1884).
Lisboa teve, no entanto, mais 5 outros elevadores que foram desactivados: o elevador (vertical) do Município, que ligava a Rua de São Julião ao Largo da Academia de Belas Artes (1897-1920), o funicular da Estrela ou de São Bento (1890-1913), que ligava a Praça Luís de Camões ao Largo da Estela, da Graça (funicular), que ligava Rua da Palma o Largo da Graça (1893-1909), o elevador do Chiado (funicular) que ligava a Rua do Crucifixo à Rua do Carmo, com a estação terminal onde hoje estão aos antigos Armazéns do Chiado (1893-1912) e, finalmente, o elevador de São Sebastião que ligava o Largo de São Domingos, na Baixa, ao Largo de São Sebastião da Pedreira, passando pelo Largo do Andaluz e pretendia facilitar ao acesso ao Jardim Zoológico, então na Palhavã, actual Fundação Gulbenkian(1899-1901).
O elevador verrtical de Santa Justa, ainda hoje em funcionamento e agora uma atracção turística da cidade de Lisboa, da autoria do mesmo Mesnier du Ponsard, foi inaugurado em 1902.